Palestras “Chá das Marias” em Cabo Frio destacam medidas de proteção e enfrentamento ao ciclo da violência

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O 1º Chá das Marias movimentou a Praça Gentil Gomes de Faria, no bairro Passagem, em Cabo Frio, no último sábado (23). A iniciativa, organizada pela Secretaria de Segurança e Ordem Pública, por meio da Patrulha Maria da Penha da Guarda Civil Municipal, reuniu mais de 60 mulheres em uma tarde de acolhimento, troca de experiências e palestras sobre o enfrentamento da violência doméstica.

Realizado na sede da Patrulha, o encontro trouxe informações sobre medidas protetivas, direitos das vítimas e mecanismos para quebrar o ciclo de agressões. Muitas participantes, já acompanhadas pela equipe, compartilharam relatos de dor e superação, em meio à emoção de serem ouvidas em um espaço seguro. A programação contou ainda com a entrega de brindes e um lanche coletivo.

A advogada criminalista Shênia Mendes, que já vivenciou a violência em sua trajetória, alertou sobre os riscos do descumprimento de medidas protetivas e destacou que nem sempre a agressão é apenas física. “Existem violências que ferem e aprisionam, como a psicológica, a patrimonial e a de vingança, que destroem a mulher por dentro. Não precisamos permanecer nesse lugar de dor. A Patrulha Maria da Penha representa avanço legal e a garantia de que a lei será cumprida”, afirmou.

Na sequência, a psicóloga Lorena Fernandes, representante da OAB Mulher, realizou uma dinâmica prática mostrando como se constrói o ciclo da violência, para que as vítimas consigam identificá-lo e interromper o processo antes que ele se agrave. “A violência é progressiva. Começa com pequenos sinais, gera perdão e se intensifica até o ponto de perder o controle, causando marcas muito mais severas”, explicou.

A moradora Cláudia Regina Fernandes, que acompanhou a atividade de forma espontânea, elogiou a proposta. “Quando uma mulher sofre, todas nós sofremos. Hoje percebi a importância de apoiar quem passa por isso. Saio daqui preparada para ajudar outras mulheres que precisam de socorro”, disse.

Para a coordenadora da Patrulha Maria da Penha, Regiane Costa, o evento é apenas o início de uma série de ações planejadas. Segundo ela, a missão é empoderar as vítimas e mostrar que elas não estão sozinhas. “Nosso objetivo é criar uma rede de conscientização que prove que existe apoio. Muitas não rompem o ciclo da violência porque acreditam não ter com quem contar. Estamos aqui para mostrar que há um caminho para sair dessa realidade”, ressaltou.

Em Cabo Frio, as vítimas podem acionar a Patrulha Maria da Penha pelo telefone 153 ou buscar atendimento nos Centros de Atendimento à Mulher (CEAM), que oferecem acompanhamento psicológico, social e orientação jurídica por meio da Secretaria Adjunta de Políticas Públicas da Mulher.    

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