Mesmo com desaceleração, Firjan aposta em Macaé como motor do crescimento do RJ em 2025

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Por Daniel Galvão

A economia do Rio de Janeiro fechou 2024 com desempenho acima da média nacional: crescimento de 3,9% contra 3,4% do país, segundo o estudo “Rio de Janeiro em Números”, divulgado pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro). No quarto trimestre, o avanço foi de 0,6%, com o PIB estadual atingindo R$ 1,3 trilhão em valores correntes. É o quarto ano consecutivo de crescimento, após uma década difícil que deixou marcas profundas, com retração acumulada de 5,4%.

Um dos pilares desse avanço foi o setor de serviços, responsável por mais da metade da economia fluminense, que cresceu 4,3%. A melhora no mercado de trabalho — com a taxa de desemprego recuando para 8,2% — e o aumento da renda ajudaram a movimentar comércio, turismo e outros serviços. A indústria também teve papel importante, com alta de 2,7%, puxada especialmente pela construção civil (4,7%) e pela indústria de transformação (4,4%).

Para 2025, a Firjan projeta uma desaceleração do ritmo, com previsão de crescimento de 2,6%. O cenário é de incertezas econômicas, juros elevados e instabilidade política nacional e internacional. Ainda assim, os setores de petróleo, gás e construção civil seguem como os principais motores da economia do estado — com Macaé assumindo um papel central nesse processo de sustentação e recuperação econômica.

Considerada a capital nacional do petróleo, Macaé deve se manter como protagonista em 2025, impulsionando a indústria extrativa, que tem previsão de crescimento de 3,8% com a entrada em operação de novas plataformas. A cidade concentra grande parte da cadeia de óleo e gás, movimentando emprego, renda e logística em todo o estado.

A indústria de transformação também deve manter o ritmo, com alta prevista de 3,7%, puxada por derivados de petróleo e pelo setor automotivo. A concorrência com os carros elétricos chineses e o custo elevado do crédito, porém, continuam sendo desafios relevantes.

A construção civil mantém-se firme como outro motor da economia fluminense. A Firjan projeta crescimento de 4,8% em 2025, com novos projetos de infraestrutura impulsionando o setor. No entanto, a escassez de mão de obra e o financiamento caro podem limitar a expansão em algumas regiões.

O setor de serviços deve crescer 1,8% em 2025. Segmentos dependentes de crédito sentirão os efeitos dos juros altos, mas a agenda de grandes eventos e o fortalecimento do turismo devem dar novo fôlego, especialmente em cidades estratégicas como o Rio, Niterói, Cabo Frio e Macaé, que vive um momento de retomada com forte influência do setor energético.